Indicadores econômico-fiscais registram desempenho positivo em setembro, aponta Boletim da Receita Estadual
Os principais indicadores econômico-fiscais seguem com desempenho positivo no Rio Grande do Sul, consolidando o movimento de retomada da atividade econômica no Estado. É o que aponta a 44ª edição do Boletim sobre os impactos da Covid-19 nas movimentações econômicas dos contribuintes de ICMS, publicado nesta quinta-feira (14/10) pela Receita Estadual. A publicação, que já está disponível no Receita Dados, portal de transparência da Instituição, considera os resultados de setembro de 2021 e as respectivas variações frente a períodos equivalentes do ano anterior.
A arrecadação de ICMS apontou o 14º mês consecutivo de variações reais positivas. Em setembro de 2021, o resultado de R$ 4,04 bilhões foi 10,3% (R$ 378 milhões) superior a setembro de 2020, período que representou o segundo mês com variação positiva após o início da pandemia em março do ano passado (setembro de 2020 apontou crescimento de 9,8% frente a setembro de 2019). Com isso, a arrecadação acumulada em 2021 é de R$ 33,65 bilhões, um aumento de R$ 5,25 bilhões em relação ao período equivalente anterior (18,5%), refletindo, além da retomada da economia, uma série de medidas que vêm sendo implementadas pelo fisco gaúcho para modernização e melhoria do ambiente de negócios. Na visão dos últimos 12 meses, a arrecadação total é de R$ 46,13 bilhões – um ganho real de R$ 6,31 bilhões (+15,9%) frente aos 12 meses imediatamente anteriores.
A emissão de Notas Eletrônicas (Nota Fiscal Eletrônica + Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica) registrou variação positiva pelo 16º mês consecutivo frente a períodos equivalentes do ano anterior. O resultado em setembro foi de 21,5%. O pior resultado do indicador ocorreu em abril de 2020 (-16,7%). No acumulado do período da crise (16 de março de 2020 a 30 de setembro de 2021), o indicador agora acumula ganho de 16,0%.
Na análise das vendas por atividade, a Indústria, o Atacado e o Varejo registraram variações positivas ao longo do mês (frente a setembro de 2020). Esse é o décimo mês consecutivo que as três atividades têm desempenho positivo de forma simultânea. Os desempenhos de setembro foram, respectivamente, de 16,5%, 37,4% e 14,5%. Com isso, os indicadores acumulados desde o início das medidas de quarentena agora são de 19,2%, 18,3% e 7,9%.
Os indicadores de transporte de cargas e de passageiros também desempenharam bem no mês. O transporte de cargas apresentou variação de médio prazo (28 dias) de +25,3% em média em setembro de 2021. Em abril de 2020 essa variação chegou a ser de -26,9%. Já o transporte de passageiros registrou evolução na emissão de Bilhetes de Passagem Eletrônicos (BP-e) acumulada nos últimos 28 dias. A média mensal passou de 1,46 milhão em agosto para 1,48 milhão em setembro. A atividade, contudo, segue longe da realidade pré-pandemia (2,8 milhões).
Indústria segue em alta
A Indústria, pelo 16º mês consecutivo de variações positivas, computou uma variação de 16,5% em setembro de 2021. As áreas Metalmecânica (20,6%) - especialmente o setor de Tratores e Implementos Agrícolas - Combustíveis e Biocombustíveis (31,2%) e Plásticos (24,4%) foram as principais responsáveis pela influência no resultado expressivo da atividade. Diferente do que ocorreu em abril e maio, as variações de setembro de 2021 foram feitas em relação períodos cuja variação total na atividade industrial já mostrava sinais de recuperação (em setembro de 2020 a variação interanual foi de 15,2%). É válido destacar que o resultado positivo das vendas na indústria foi intensificado por uma combinação de pressão de preços nas empresas, potencializada pelo aumento no preço de commodities e pela desvalorização cambial. Ressalta-se também que a correção dos valores do boletim é feita pelo IPCA - índice que não reflete a alta de preços concentrada na cadeia produtiva. Além disso, os indicadores de venda não levam em consideração o aumento do custo dos insumos. Dos 19 setores industriais selecionados para análise, 14 apresentaram variação positiva no período.
Áreas de alimentos, insumos agropecuários e combustíveis impulsionam Atacado
O Atacado apresentou variação mensal em setembro na ordem de 37,4% em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Esse é o décimo mês consecutivo de variações positivas na atividade. As principais influências para a performance do indicador foram os desempenhos dos atacadistas da área de Alimentos (77,9%), Insumos Agropecuários (30,0%) e Combustíveis (26,0%), especialmente em decorrência do aumento nas operações com soja e derivados de petróleo.
Varejo registra 14º mês seguido de variações positivas
O Varejo registrou indicador interanual positivo de 14,5% no mês de setembro de 2021, em comparação com o mesmo período de 2020. É o 14º mês consecutivo sem apresentar variação negativa para a atividade. Em setembro de 2020, mês utilizado como base comparativa, a atividade varejista já apresentava sinais de recuperação (7,2%), portanto a variação positiva deste mês foi computada em relação a um período sem perdas na atividade. Os setores cuja variação positiva teve maior peso no impacto da atividade Varejista foram de Outros Varejos (41,2%) e Combustíveis (32,2%). Outros setores, entretanto, apresentaram perdas em relação ao mesmo mês do ano anterior, como o segmento Eletroeletrônico (-12,1%), Lojas de Departamento e Magazines (-10,5%), Móveis (-4,8%) e Cosméticos (-4,3%).
Na visão das vendas no varejo por localidade do Estado, considerando os Conselhos Regionais de Desenvolvimento (COREDE), o destaque positivo é a região das Hortênsias, que registrou variação de médio prazo (28 dias) de 31,7%. Além disso, das 28 regiões, nenhuma apresentou variação negativa para o curto (14 dias) ou médio prazo (28 dias).
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Texto: Sefaz / Receita Estadual