Vencedores da segunda edição do Projeto Escola Íntegra recebem premiação
Concurso de Manifestações Artísticas sobre Integridade recebeu cerca de 400 trabalhos em 2024
O incentivo à cultura da integridade e o combate à corrupção foram destaque nesta segunda-feira (9), na entrega dos prêmios da segunda edição do Concurso de Manifestações Artísticas sobre Integridade do Projeto Escola Íntegra (PEI). Foram apresentados os vencedores de escolas estaduais de Ensino Médio de Porto Alegre que desenvolveram seus trabalhos, com orientação dos professores. Foram premiados 10 trabalhos de alunos, duas professoras e duas escolas de um total de 74 estabelecimentos de ensino que participam da iniciativa, com impacto em 27 mil alunos. A criatividade dos participantes passou pela escrita, desenhos, artes com técnicas variadas, vídeos e jogos eletrônicos.
A cerimônia de premiação integrou a programação do seminário em celebração ao Dia Internacional Contra a Corrupção, promovido pela Rede de Controle da Gestão Pública (Rede RS) e Ministério Público do Rio Grande do Sul. O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Herman Benjamin, abriu o seminário, que reuniu autoridades de vários poderes de Estado.
Neste ano, 400 manifestações artísticas foram inscritas. Entre as novidades desta edição, o valor das premiações chegou a R$ 40 mil. Na edição de 2023, foram R$ 10 mil. Também houve inclusão de professores, padrinhos ou madrinhas entre os contemplados, além dos alunos e das escolas. Desta vez, os prêmios foram destinados para 1o, 2o e 3o anos.
A atividade de premiação realizada no Ministério Público começou com o agradecimento aos parceiros da iniciativa, Secretaria Estadual de Educação, representada pela subsecretária Adjunta de Planejamento e Gestão Organizacional da Seduc, Daniele Gonçalves, e da Rede RS, presidida pelo promotor de justiça Tiago de Menezes Conceição.
O coordenador do Escola Íntegra, Álvaro Santos, auditor da Contadoria e Auditoria-Geral do Estado (Cage), destacou que na primeira edição foi percebido que o grande agente de mudança no projeto é o professor. Por isso eles também estão sendo premiados neste ano. “Foram 45 professores parceiros, padrinhos que auxiliaram os alunos a realizarem suas manifestações artísticas. Os trabalhos tiveram mais pertinência com o tema, com os alunos cada vez mais internalizando a ideia da integridade”, observou.
“Queremos que esse processo continue, para que quebremos esse estigma de país corrupto”, disse a professora Liziane Bacchi, do Colégio Tiradentes, ao agradecer os alunos que a nomearam madrinha”, afirmou. A professora Sirlei Henrique, da Escola Padre Réus, agradeceu ao projeto, à escola e às colegas presentes: “Quando forem na nossa escola, verão muita arte. Quero agradecer a direção da escola, que nos apoia muito, mas principalmente aos alunos, que se inscreveram e participaram do projeto”.
O auditor Flavio Ruggiero Longhi, que também coordenou a cerimônia de premiação, e percorre as turmas para apresentar o projeto, destaca que os problemas enfrentados pelo estado com as enchentes de maio impactaram escolas e particularmente alunos, mas o conjunto de problemas refletiu em trabalhos mais sensíveis. “Esse conjunto de problemas mexeu com a sensibilidade dos alunos. São trabalhos lindos. A internalização dos valores e do conceito de integridade também se aprofundou, já que eles estavam mais sensíveis aos debates sobre o assunto”, afirmou.
Projeto Escola Íntegra
É uma iniciativa da Cage, principal órgão de controle interno do Rio Grande do Sul, em parceria com a Seduc e que busca levar a cultura da integridade para além das fronteiras institucionais do Estado. Em um primeiro momento, as escolas de Ensino Médio de Porto Alegre são o público prioritário, mas é esperado o aumento no índice de conhecimento sobre integridade e prevenção à corrupção junto aos estudantes dessas escolas e à própria comunidade.
Premiação
Neste ano, os trabalhos contemplam iniciativas nas áreas de redação, poesia, desenho, música, curta metragem e vídeo. Neste ano, os trabalhos contemplam iniciativas nas áreas de redação, poesia, desenho, música, curta metragem e vídeo. A premiação é distribuída da seguinte forma:
- R$ 3 mil para os alunos primeiros colocados de cada ano.
- R$ 2 mil para os segundos colocados e R$ 1 mil para os terceiros colocados.
- Os alunos autores das manifestações artísticas que não ganharem premiação por colocação participam de um sorteio e concorrem ao prêmio de R$ 1.000,00.
- As duas escolas públicas estaduais de Ensino Médio com o maior número de alunos com manifestações enviadas, proporcionalmente ao número de alunos matriculados, recebem um prêmio de R$ 5 mil cada uma.
- Os professores madrinhas ou padrinhos recebem o maior número de indicações dos alunos também são premiados (com R$ 6 mil para o primeiro lugar e R$ 5 mil para o segundo).
Os recursos da premiação para as escolas acabam sendo utilizados em melhorias nos próprios estabelecimentos. Na Escola Estadual de Ensino Médio Padre Réus, por exemplo, vencedora no ano passado e neste ano, os R$ 5 mil da premiação foram aplicados na reforma da biblioteca.
Veja a lista dos estudantes, professores e escolas premiados
Alunos do 1º Ano do Ensino Médio
- 1º Marina Vitória Domingues da Rosa - Colégio Estadual de 1° e 2° Graus Paraná
- 2º Gabriel Corpes de Freitas - Colégio Estadual Engenheiro Ildo Meneghetti
- 3º Pietro Davi do Coito da Costa - Escola Estadual de Ensino Normal Primeiro de Maio
Alunos do 2º Ano do Ensino Médio
- 1º Leonardo Teixeira Colombo - E.E.E.M. Padre Réus
- 2º Paola de Mello Dutra - Colégio Tiradentes da Brigada Militar (CTBM)
- 3º Jonatas Luz da Silva - E.E.E.M. Padre Réus
Alunos do 3º Ano do Ensino Médio
- 1º Isabella Peixoto Kowalski de Lima - E.E.E.M. Padre Réus
- 2º Brenda Moraes Machado - E.E.E.M. Padre Réus
- 3º Isaias Oberte Ferreira Mira - E.E.E.M. Presidente Costa e Silva
Aluno vencedor por sorteio
- Gabriel Suris Longaray - E.E.E.M. Padre Réus
Professoras
- Sirlei Henrique - Escola Estadual de Ensino Médio Padre Réus
- Liziane Ribeiro Bacchi - Colégio Tiradentes da Brigada Militar (CTBM)
Escolas
- Escola Estadual de Ensino Médio Tom Jobim
- Escola Estadual de Ensino Médio Padre Réus
Veja alguns depoimentos:
Brenda Moraes Machado (autora de desenho)
“Tive o primeiro contato com o projeto na escola, nas aulas de artes da professora Sirlei. Ela nos passou o tema e nos fez refletir sobre a palavra integridade e tivemos momento de nos expressar sobre o tema. Fui colocando no meu rascunho, modificando como eu achava mais interessante. Eu pinto e desenho há uns dez anos, é um trabalho bem pessoal de criação. Sobre o tema, levo a mensagem e que a gente deve ser integro não só em momentos que deve ser, mas que esse deve ser um hábito natural nosso.”
Isabella Peixoto Kowalski de Lima (misturou técnicas e materiais em trabalho sobre tela)
“É o segundo ano que participo: trouxe minhas experiências de vida, os valores que trago comigo e foi um processo muito espontâneo. O projeto é muito importante para alunos, principalmente da escola pública. Nos sentimos muito valorizados por poder participar.”
Leonardo Teixeira Colombo (desenvolveu um jogo)
“Fiz um jogo em que uma agente especial ia prender o presidente porque ele estava envolvido em corrupção. Eu já tinha feito outros jogos, mas eles não tinham sido expostos. Então, esse trabalho é importante para mim. Minha mãe já tinha me falado desse concurso e eu estava esperando por ele quando a professora falou.”
Paola de Mello Dutra (autora de vídeo)
“Pessoalmente, não tive muito conhecimento antes sobre integridade, não sabia muito definir. Ao fazer o trabalho, fui estudando e trouxe também a questão da corrupção governamental. Me lembrei muito da enchente recente, porque minha família sofreu, e lembro da força e coragem de enfrentar. Minha percepção sobre o tema mudou. Eu relaciono com a compaixão e se colocar no lugar do outro, fazer o bem, mesmo em situações em que se está sozinho, fazer o máximo para ser uma pessoa íntegra.”
Professora Liziane Ribeiro Bacchi - Colégio Tiradentes
“Conheci o projeto no ano passado, quando participei com alunos de outra escola e consegui vários trabalhos bons, com entendimento dos alunos sobre o tema. Nesse ano, fomentei a ideia e apliquei o conhecimento em sala de aula. Sou professora de Língua Portuguesa e Literatura, mas eu vi a importância de mencionar comportamentos éticos, de mencionar a importância de ter comportamentos éticos. Acabei também pontuando e incentivando eles a participarem. Acho importante esse conhecimento no ensino, visando formar cidadãos corretos, íntegros, para que eles entendam, agora que são jovens, para quando chegarem ao mercado de trabalho e possam disseminar isso.”
Professora Sirlei Henrique - Escola Estadual de Ensino Médio Padre Réus
“Primeiro, preciso conversar com os alunos sobre os temas, sobre o que é corrupção no dia a dia deles e como eles, como estudantes, podem se tornar mais íntegros. Parto da realidade deles aqui na escola e deixo eles expressarem como podem ser mais íntegros. A partir disso, fazem um esboço e vão aprimorando a técnica. Eles começam a refletir sobre suas posturas fora da escola, como eu posso ser uma pessoa integra. Levam daqui para fora, para as famílias, pais e mães, que vêm nos procurar, dizendo que estão empolgados com o trabalho, com o tema”.
Texto: Amílcar Oliveira da Rosa/ Cage - Ascom Sefaz