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Concurso escolar de trabalhos sobre integridade anuncia alunas vencedoras e entrega prêmios em dinheiro

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Alunas de escolas públicas foram premiadas pelos seus trabalhos artísticos sobre integridade - Foto: Robson Nunes/Ascom Sefaz

Projeto Escola Íntegra, da Cage, busca difundir a cultura da ética e do combate à corrupção

 

O público presente no Auditório Mondercil Paulo de Moraes, no Ministério Público, em Porto Alegre, na tarde desta sexta-feira (17) assistiu a três estudantes orgulhosas subirem ao palco: sob forte aplauso, elas receberam reconhecimento e prêmios em dinheiro pelos seus trabalhos artísticos sobre a temática da integridade. O Projeto Escola Íntegra (PEI), da Contadoria e Auditoria-Geral do Estado (Cage), anunciou as vencedoras durante evento da Rede de Controle da Gestão Pública no Rio Grande do Sul (Rede RS).

Dentre 522 inscritos, a primeira colocada foi Maria Clara Fraga Paronetto, 17 anos, da Escola Florinda Tubino, localizada no bairro Petrópolis, em Porto Alegre. Ela recebeu R$ 2 mil. A jovem escreveu um poema sobre o tema, buscando fazer uma comparação entre os benefícios de atitudes íntegras e os males causados pela corrupção. Um dos trechos da obra é “Integridade/11 letras de pura complexidade/Aquele que faz o certo sem fiscalização/E é inteiro na sua convicção”, e outro diz “Corrupção/9 letras que juntas arruínam uma nação”.

Apaixonada por arte, a adolescente não perde a oportunidade de escrever poemas em trabalhos escolares. Quando viu o edital, colocou em prática a habilidade:

“Foi uma documentação legal de ler, a do edital. Todo o processo foi legal. Foi interessante notar o tema da integridade na minha rotina, e aí comecei a ficar mais atenta a isso, percebendo como se insere na escola e na política”, contou.

O segundo lugar ficou com Thais da Silva Pacheco, 18 anos, da Escola Japão, no bairro Jardim Sabará, que recebeu R$ 1,5 mil. Ela gravou uma música falando sobre os desejos da população por uma sociedade mais íntegra e sobre os efeitos negativos de atitudes corruptas. Um trecho da canção diz que “a população está cansada; a sociedade está incomodada”, mas pede: “ainda assim, tem que lutar”.

“Eu gostava de cantar desde pequena, mas compor é algo novo, que comecei há pouco. Me interessei porque vi que integridade tem a ver com corrupção, e aí compus em cima disso”, detalhou.

Já na terceira colocação, com premiação de R$ 1 mil, ficou Ana Luísa Coelho de Azevedo, 18 anos, da Escola Padre Réus, no bairro Tristeza. Ela fez uma pintura em tela que mostra um furacão saindo de uma mala de dinheiro, afundando uma cidade. A imagem está acompanhada da frase “a corrupção age como o furacão, desestabilizando nossos pilares sociais”.

“Sou muito ligada à arte e gosto de pintar desde criança. Até minha professora me disse que eu deveria fazer uma pintura. Pesquisei bastante e, com a ajuda do meu irmão, fui montando várias ideias e consegui chegar a essa”, relatou.

A Escola Padre Réus foi a que registrou o maior número proporcional de estudantes participantes dentre os matriculados e, por isso, foi contemplada com R$ 5 mil. Já o aluno Gabriel da Rosta Santos Vieira, da Escola Dom Diogo de Souza, no bairro Cristo Redentor, venceu o sorteio dentre todos os inscritos e recebeu R$ 500.

 

Incentivo à cultura da ética e do combate à corrupção

O PEI é o primeiro concurso estadual sobre integridade e, nesta primeira edição, foi destinado a estudantes do Ensino Médio matriculados nas 74 escolas estaduais de Porto Alegre – eles foram convidados a enviar manifestações artísticas como poesias, desenhos e redações. O objetivo da iniciativa, criada pela Cage em parceria com a Secretaria da Educação (Seduc), é difundir a cultura da ética e do combate às mais diversas formas de corrupção entre os alunos da rede estadual. O projeto também promove palestras sobre legalidade e moralidade no ambiente escolar, além de disponibilizar cartilhas educativas a professores e estudantes. 

O governador Eduardo Leite falou durante a abertura do evento, chamando a atenção para a necessidade de os governos oferecerem instrumentos que garantam o comportamento ético –  e por isso a importância de projetos que façam a sociedade pensar sobre o assunto.

“O que é público não significa que não seja de ninguém; é algo que é de todos. Nem sempre há essa compreensão, pois, muitas vezes, há o entendimento de que algo é de ninguém, e isso faz com que se tenha pouco cuidado com recursos e com o patrimônio público. Não se pode deixar de qualquer jeito. Para que a gente possa ter cuidado com o que é público, são necessários instrumentos que garantam integridade e evitem a possibilidade de corrupção”, disse.

O presidente da Rede RS e contador e auditor-geral do Estado adjunto, Jociê Rocha Pereira, também destacou a necessidade de fazer com que a temática seja debatida por diferentes setores.

“Levar a discussão de temas como moralidade, ética e integridade para a comunidade escolar também deve estar no foco de atuação dos órgãos de controle, porque são esses jovens os futuros empresários, gestores e servidores públicos”, reforçou.

Dentre os alunos inscritos, a participação mais expressiva foi a do primeiro ano do Ensino Médio. Foram mais de 360 estudantes, mais do que o dobro em relação às outras duas faixas de turmas.

“Minha maior surpresa foi como eles entenderam a temática da integridade e se engajaram. Essas são ferramentas para que esses jovens sejam agentes de combate à corrupção no futuro”, comemorou o coordenador do PEI e auditor do Estado, Álvaro Santos.

“Eles aprenderam fazendo arte. E tudo isso foi possível graças à comunidade escolar que está aqui”, completou a também auditora do Estado e coordenadora do PEI, Aline Casella Amirati.

Para o ano seguinte, a ideia é ampliar o alcance do concurso para outras regiões do Estado. Também haverá prêmios para os professores mais engajados no projeto.

 

Seminário

A premiação do Projeto Escola Íntegra ocorreu durante o Seminário em celebração ao Dia Internacional Contra a Corrupção, promovido pela Rede RS. O objetivo do evento é disseminar as ações desenvolvidas pelos órgãos de controle e aproximá-los da sociedade, além de promover o debate a respeito da temática de integridade pública e privada.

O seminário contou ainda com a palestra intitulada “Cultura de integridade: educando no presente para mudar o futuro”, de Marcelo Zenkner, um dos maiores especialistas na área de integridade no Brasil. Doutor em Direito Público pela Universidade Nova de Lisboa com uma pesquisa sobre integridade governamental e empresarial, Zenkner possui mais de 25 anos de experiência. Foi promotor de Justiça no Espírito Santo e atuou, no mesmo estado, como secretário de Controle e Transparência. Em sua gestão à frente da pasta, criou a primeira estrutura administrativa no Brasil a aplicar as sanções administrativas da Lei Anticorrupção Empresarial. Também trabalhou como diretor-executivo de Governança e Compliance da Petrobras, exercendo a função de 2019 a 2021.

Durante sua fala, Zenkner buscou trazer diferentes conceituações da palavra “integridade”, dentre elas a da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que relaciona o termo a uma resposta estratégica e sustentável contra a ineficiência e contra a corrupção. Também explicou que integridade é fazer o que é certo ainda que ninguém esteja observando. O especialista defendeu que o país já passou pelas duas primeiras ondas do movimento pela integridade (corporativa e de estatais) e que, hoje, vive a terceira onda.

“Desde 2017, vivemos a integridade pública, da administração pública brasileira. Estamos vendo a história acontecendo”, disse.

Zenkner trouxe oito vetores relacionados à integridade pública: compromisso da alta administração; reputação; estrutura autônoma para gestão da governança e do compliance; gestão de riscos dos órgãos de execução; sustentabilidade e responsabilidade social; transparência; aperfeiçoamento funcional pela inovação; e padrões de integridade.

“O íntegro erra tentando acertar. E isso tem que ser valorizado. Quando você erra de boa-fé, erra tentando acertar, erra tentando oferecer seu melhor. Isso estimula criatividade nas organizações, e é por meio da criatividade que elas crescem”, defendeu.

Também prestigiaram o evento o procurador-geral do Estado, Eduardo Cunha da Costa, o secretário de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Fabricio Guazzelli Peruchin, a secretária adjunta de Educação, Stefanie Eskereski, o superintendente dos Serviços Penitenciários (Susepe), Mateus Schwartz dos Anjos, o secretário-geral do Ministério Público Federal, Mark Weber, o secretário-geral do Ministério Público do Rio Grande do Sul, Gilmar Possa Maroneze, o defensor público-geral do Estado, Antônio Flávio de Souza, o representante do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, juiz assessor da Presidência, José Luiz Leal Vieira, a procuradora regional da União da 4ª Região, Alessandra Nascimento Moraes Ignacio, e o representante da Polícia Federal no Rio Grande do Sul, delegado Sérgio Eduardo Busato.

 

Texto: Bibiana Dihl/Ascom Sefaz

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