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Varejo gaúcho mantém trajetória positiva das vendas

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- - Foto: Divulgação Sefaz-Receita Estadual

Boletim Setorial aponta crescimento de 6,8% nas vendas acumuladas em 12 meses

As vendas do varejo gaúcho continuam apresentado resultados positivos no acumulado dos últimos 12 meses. De acordo com os dados do Boletim Setorial, divulgado nesta semana pela Secretaria da Fazenda (Sefaz), o setor registrou um crescimento de 6,8% nas comercializações de mercadorias. O levantamento compara o período entre dezembro de 2023 e novembro de 2024 com o mesmo intervalo anterior, o que revela um aumento de R$ 15,86 bilhões nas transações. Os indicadores, elaborados pela Receita Estadual, levam em conta os documentos fiscais de recolhimento do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Na comparação mensal, no entanto, as vendas registradas em novembro de 2024 apresentaram desempenho 17,4% inferior ao mesmo mês do ano anterior. Na relação com o mês de outubro deste ano, o recuo foi ainda maior, de 25%. Ao longo de 2024, o resultado das vendas de novembro foi o mais baixo - atrás apenas de maio, mês que sofreu forte impacto das enchentes, o que reduziu a procura por itens do varejo. O resultado, segundo a Receita Estadual, revela um possível ajuste do mercado no período pós-enchente. Apesar disso, a expectativa para o resultado de dezembro, tradicionalmente impulsionado pelas festas de final de ano, é de reaquecimento no setor.

No recorte por áreas do varejo, os produtos do setor metalomecânico se destacaram com um incremento de R$ 5,4 bilhões nas vendas nos últimos 12 meses - um avanço de 17,7%. O segmento químico também registrou crescimento, com alta de 9,4% no mesmo período, o que equivale a R$ 1,5 bilhão a mais em vendas. Outro destaque no setor químico foi a variação positiva no Valor Adicionado (VA), que apresentou um salto de 69,1% no acumulado de 12 meses. O VA é um indicador que mede a diferença entre o volume total de compras e vendas, dado que mostra o potencial de margem de lucro de cada setor. Já a área de supermercados teve uma expansão de 6,6% nas vendas no mesmo intervalo, com um acréscimo absoluto superior a R$ 5 bilhões.

 

Atacado estabiliza volume de vendas

Após seis meses consecutivos de alta, o atacado gaúcho registrou uma queda de 37,2% nas vendas de novembro em comparação com o mês anterior. Com transações que somam R$ 15,6 bilhões, este foi o segundo pior desempenho mensal do ano - superior apenas o registrado em maio, período fortemente impactado pelas
enchentes.

Apesar do recuo, a atividade atacadista ainda acumula alta de 0,9% nas vendas dos últimos 12 meses, embora seja a menor taxa de crescimento registrada no ano. O comportamento recente das vendas, de acordo com a Receita Estadual, indica uma tendência de estabilização - o que pode futuramente influenciar o desempenho do varejo, que costuma seguir o volume de vendas do atacado.



Indústria registra queda, mas com destaque para alguns setores

No acumulado dos últimos 12 meses, o setor industrial gaúcho registrou R$ 42,7 bilhões em vendas, valor que reflete uma retração de 3% em comparação com o mesmo período anterior. Apesar do recuo geral, alguns segmentos vêm contrariando essa tendência.

Um deles é o setor de biodiesel, que registrou um crescimento de 35% nas vendas no último trimestre (setembro a novembro) em relação ao mesmo período do ano anterior. Outro ponto positivo foi o aumento na aquisição de insumos produzidos no Estado: nos últimos 12 meses, 75,7% dos itens utilizados pela indústria de biodiesel foram de origem local, um avanço em relação aos 58,9% registrados entre 2021 e 2022.

O setor de eletroeletrônicos também apresentou resultados positivos, com um crescimento de 7,6% nas vendas no último trimestre em comparação ao mesmo período de 2023. No trimestre anterior, a alta havia sido ainda mais expressiva, alcançando 19,5% (o equivalente a R$ 608 milhões). Parte desse desempenho pode ser atribuída ao programa Devolve ICMS Linha Branca, iniciativa do Plano Rio Grande que restitui o imposto pago por famílias atingidas pelas enchentes na compra de eletrodomésticos.

 

Texto: Rodrigo Azevedo/Ascom Sefaz

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